Rádio Altitude
Rádio Altitude - Pioneiros da radio difusão sonora em Língua Portuguesa. A Rádio Local mais antiga de Portugal (em emissão desde 1948). Rádio Altitude - Guarda, PortugalA Rádio Altitude iniciou emissões regulares em 29 de Julho de 1948 na cidade da Guarda e é a rádio local mais antiga de Portugal. O nascimento da Rádio remonta, no entanto, ao ano de 1946, quando José Maria Pedrosa, internado no Sanatório Sousa Martins (que funcionou na Guarda entre 1907 e 1975), instalou o primeiro emissor interno. E em 21 de Outubro de 1947 o director do Sanatório, o médico Ladislau Patrício, aprovou o regulamento da Rádio Altitude, que mencionava no Artº 1: «A estação emissora da Caixa Recreativa denomina-se Rádio Altitude e destina-se a proporcionar aos doentes do Sanatório certas distracções compatíveis com a disciplina do tratamento». Fundada e dinamizada por doentes internados no então Sanatório, a emissão evoluiu ao longo dos anos do interior do complexo hospitalar para o espaço urbano e concelhio e gradualmente para toda a região (distritos da Guarda e de Castelo Branco e partes dos de Viseu e Bragança). Em 1953 passou a funcionar em edifício próprio, dentro do perímetro da Mata (hoje Parque da Saúde). Com programação estruturada e serviços informativos regulares a partir do início da década de 60, a Rádio Altitude foi pioneira no jornalismo regional e tornou-se numa referência regional e nacional. A ligação funcional ao Sanatório Sousa Martins terminou quando a unidade de saúde encerrou e foi transferida para o domínio do Estado, como hospital distrital, em 1975. A Rádio (que foi inicialmente propriedade da Caixa Recreativa do sanatório e, posteriormente, do Centro Educacional e Recuperador dos doentes da instituição) passou, a partir desse ano, a ser gerida por sucessivas comissões administrativas, no contexto da autonomia funcional, financeira e administrativa que resultara da extinção do Sanatório. Em 1989, no âmbito do concurso para a atribuição de frequências radiofónicas locais, passou a transmitir também em FM (já emitia em Onda Média desde a fundação, nos anos 40). Em 2001, após concurso público nacional para a transmissão do alvará de radiodifusão e da universalidade (isto é: de todos os meios de existência jurídica, física e técnica) da Rádio Altitude, a titularidade da estação foi atribuída à empresa Radialtitude - Sociedade de Comunicação da Guarda, Lda. (com licença renovada em 2009 pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social, pelo período de dez anos, observados que foram todos os requisitos legais, e actualmente válida até 2024, no quadro da alterações introduzidas na revisão da Lei da Rádio). Além do nome, da memória histórica, do dote afectivo e das frequências radiofónicas, a nova detentora herdou uma estação com meios muito precários, a necessitar urgente e dispendiosa revitalização. O novo projecto tem representado por isso um profundo esforço em várias frentes: recuperação, modernização, formação, remodelação de instalações e melhoria de condições de trabalho; e a definição de uma programação de modelo novo, determinada na conquista de novos públicos. A grande aposta é numa selecção musical de qualidade e numa informação regional dinâmica. As opções estratégicas que começaram a desenhar-se principalmente a partir de 2004 têm reposicionado a veterana mas modernizada Rádio Altitude como referência na comunicação social do interior de Portugal. Nesse ano, no auge do processo judicial que ficou conhecido como «Caso Casa Pia», a Rádio da Guarda foi o único órgão de informação a conseguir uma entrevista com o Juiz de Instrução Criminal Rui Teixeira, num exclusivo citado por toda a imprensa nacional. Do acervo recente desta estação consta também uma inédita entrevista concedida pelo ensaísta Eduardo Lourenço em visita guiada à terra natal e às memórias de infância e adolescência, naquela que foi, após muitos anos de ausência, a sua primeira deslocação (em 2004, na companhia de um jornalista da Rádio) à aldeia de São Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida. Em 2005 a Rádio destacou-se na cobertura das Eleições Autárquicas. Uma operação especial que teve início em meados de Julho e culminou no acto eleitoral de Outubro envolveu mais de três dezenas de entrevistas e debates com candidatos aos órgãos autárquicos dos vários concelhos do distrito da Guarda, num calendário informativo que marcou a própria agenda política local. No princípio de 2006, ao iniciar uma grelha de programas inovadora (marcada por uma forte aposta na informação, nas ideias, no debate e na opinião), a Rádio assegurou também o regresso do «Escape Livre» (que tinha abandonado a estação em 1990), um programa pioneiro em Portugal no jornalismo sobre automobilismo (primeira emissão em 1973). Nesse ano foi instituída também a figura do Provedor do Ouvinte. A Rádio Altitude é o único órgão de comunicação social audiovisual privado em Portugal a dispor desta figura, tendo sido pioneiro mesmo em relação ao operador público nacional (o único que está obrigado por lei à nomeação de um provedor). O papel do Provedor do Ouvinte é o de um interlocutor independente entre a Rádio e os públicos, recebendo ou fazendo críticas e sugestões, numa estação marcadamente informativa que, em cada semana, coloca cerca de 130 novos conteúdos próprios em antena, além de uma cuidada selecção musical. A actual programação da Rádio define-se por «Temporadas», ocorrendo estas entre a primeira semana de Outubro de um ano e a última semana de Junho do ano seguinte (com a excepção da primeira temporada, que teve início em Janeiro de 2006 e terminou no final de Junho), decorrendo entre elas a chamada programação de Verão, durante a qual é mantida a grelha de informação diária e são repostos alguns dos principais programas realizados em temporadas anteriores. Uma equipa de nove profissionais – dos quais seis são jornalistas – assegura uma emissão com marca própria 24 horas por dia, produzindo espaços diários de informação geral (local e regional), programas semanais de grande informação (entrevistas, debates e Revista da Semana), jornais temáticos e rubricas específicas. Todos os conteúdos são de produção própria da estação. A somar ao grupo de profissionais há um conjunto de quase 50 colaboradores, comentadores e cronistas – cidadãos que asseguram um enorme pluralismo etário, social, profissional e ideológico. A Rádio Altitude afirma-se como voz de charneira pelas causas da Guarda e da Região. Uma das mais visíveis acções nesse sentido foi a campanha «uma fralda à janela pela Maternidade» (destinada a mobilizar a população da Guarda contra a hipótese de encerramento do bloco de partos do Hospital Sousa Martins), lançada em Março de 2006. O prestígio e a importância histórica da Rádio Altitude, bem como o afecto público para com a mais antiga estação emissora local portuguesa, foram reconhecidos em várias iniciativas ao longo dos últimos anos. Em Novembro de 2008, o espectáculo evocativo dos 809 anos do Foral da Guarda teve como título "Guarda: Rádio Memória", tendo, na altura, sido assinalada também a celebração dos sessenta anos de emissões regulares da Rádio Altitude. O espectáculo foi organizado pela Câmara Municipal da Guarda e pelo Teatro Municipal da Guarda, que assim distinguiram, com especial relevo, a importância e a ligação indissociável da Rádio Altitude à história da própria cidade. Já anteriormente, no ano de 2004, essa mesma importância tinha sido notabilizada, pelo Núcleo de Animação Cultural da Câmara da Guarda, ao ter organizado a exposição intitulada "A Memória das Coisas" dedicada à Rádio Altitude. A Rádio é, assim, um património histórico e afectivo de valor inestimável para a própria cidade da Guarda. Nas novas plataformas, além da emissão on-line, a Rádio Altitude assegura a actualização diária de conteúdos em podcast, disponibilizando através deste formato programas e rubricas que produz. A mais antiga rádio local do País coloca assim, à disposição de todos, o mais completo registo sonoro sobre a História da Guarda e da Região – o que constitui, aliás, um dever cívico de um órgão de comunicação social com este perfil. Paralelamente prosseguem profundos esforços para a estabilização técnica e reestruturação da emissão em Onda Média (a Rádio é detentora de uma licença atribuída nos anos 40 e renovada, no quadro da reorganização do espaço radioeléctrico europeu, em 1969), a partir da qual pretende criar uma «Rádio de Causas», ao dispor da participação de grupos, associações e movimentos de cidadãos, numa óptica de serviço à sociedade. 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